Eduardo R. V.
Um bebê, recém nascido, vem engatinhando por uma praia. Quando ele chega a
um lugar que lhe agrada aos olhos começa a mexer com as areias, tenta construir algo.
Mas no começo, sem perícia, ele só consegue colocar as areias uma em cima da outra,
sem coordenação, sem forma.
As águas vão chegando mais perto do local onde agora já há uma criança maior
trabalhando, a criança maior tem mais facilidade de cavar, mas ainda falta perícia para
erguer alguma coisa. Mas mesmo assim a criança maior faz um belo trabalho.
As águas da praia ficam mais fortes, mais próximas. O adolescente previu isso?
Se tivesse previsto não teria o que conseguiu erguer levemente molhado. Uma parte do
que cavou alagada. Ainda falta algo ao adolescente.
O mar entra em ressaca, não admite contestação, expulsa o jovem homem para
mais distante, mais para perto da vegetação. Ele aproveita-se que chegou mais perto da
vegetação e usa-a também. Consegue com muito esforço construir uma casa, onde pode
se abrigar das águas que já não o incomodam tanto assim. Então ele relaxa.
De dentro da casa o jovem homem não vê a tempestade que se aproximou lentamente.
Quando a tempestade bateu a porta do jovem homem não deu tempo para que
ele achasse uma maneira de se proteger, levou-lhe a casa embora.
O velho homem, que aprendeu muito com a vida, com a experiência, usou uma
grande árvore para se abrigar. Ali estaria seguro dos ventos, da água, de todas as tempestades
que o mundo poderia jogar contra ele.
Num dia de céu azul um relâmpago atingiu a árvore do velho homem. O fogo
consumiu toda a árvore, o homem saiu vivo, mas com muitas queimaduras.
O velho virou-se para o horizonte, viu que o Sol estava para se pôr. Pensou que
sem luz não poderia mais fazer nada. Então, sentou-se nas areias e ficou olhando o dia
acabar, a água fazer seu movimento, a tempestade distanciar-se.
Não é uma regra, seja uma exceção.
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